segunda-feira, 29 de junho de 2009

O vento pode suprir as necessidades energéticas do mundo

Ter, 23 Jun, 08h45
O vento pode suprir as necessidades energéticas do mundo, segundo estudo publicado hoje na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)". A notícia é um bom presságio para os defensores das fontes limpas de energia. A matriz eólica, como a solar, suscita esperanças na luta contra o aquecimento global. No Brasil, se os cálculos do estudo estiverem certos, só os aerogeradores terrestres produziriam, no mínimo, cerca de 14 vezes a eletricidade consumida no País. Para os aerogeradores marítimos, a proporção seria de cerca de três vezes as necessidades brasileiras.
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e do Centro de Pesquisa Técnica VTT, da Finlândia, determinaram a energia que poderia ser produzida em cada turbina eólica com base na velocidade local do vento, na densidade do ar, no possível espaçamento dos aerogeradores e no tamanho das hélices. Os cientistas também consideraram áreas no mar. Os aerogeradores implantados em terra firme conseguiriam produzir o equivalente a 40 vezes o consumo mundial de eletricidade e cerca de cinco vezes o consumo de energia em todas as suas formas. Nos Estados Unidos, por exemplo, seria possível produzir 16 vezes o consumo atual de eletricidade do país. Um dos autores do estudo, Michael McElroy, da Universidade Harvard, considera essencial um esforço global para viabilizar o uso da energia eólica em todo o mundo. "Também seria necessário reformar o sistema de distribuição de eletricidade atual", aponta McElroy.O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ênio Bueno, especialista em energia eólica, pondera que o estudo leva em conta apenas o potencial de aproveitamento dos ventos para geração de energia. "Seria preciso considerar também a viabilidade técnica em cada local e a viabilidade financeira", aponta. "Isso reduz muito a previsão dos pesquisadores." Estudo dos técnicos do Inpe, em janeiro, mostra que os ventos brasileiros podem atender mais de 60% do consumo nacional de energia de forma competitiva. Com o barateamento progressivo da tecnologia, o porcentual deve aumentar. Atualmente, menos de 1% da energia consumida no país é gerada por vento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tecnologia: supermercado capta energia do movimento dos carros

Quantas pessoas não adoram ir às compras em finais de semana e dias chuvosos, cada uma com seu carro? Uma rede de supermercados inglesa percebeu o potencial desse fato e planeja implementar em seus estacionamentos uma tecnologia que absorve energia dos veículos que entram e saem.
De acordo com o site Tech Blorge, quando um veículo passar sobre as placas cinéticas posicionadas no estacionamento, a energia será capturada e devolvida ao mercado Sainsbury, deixando de consumir essa energia da concessionária. O sistema funciona melhor em áreas nas quais os carros costumam frear, assim o equipamento limpa a potência da energia cinética dos veículos enquanto estes reduzem sua velocidade. Espera-se que as placas produzam 30 kW de energia verde por hora, o que é mais do que suficiente para sustentar os caixas.
Segundo o press release liberado pela rede de supermercados, o sistema criado por Peter Hughes, da Highway Energy Systems, não prejudica de nenhuma forma o veículo, e o motorista não sente nenhum distúrbio ao passar por cima das placas. O equipamento já fora testado antes, em áreas privativas das lojas, para garantir seu bom funcionamento.
“Isso é revolucionário. Não apenas somos os primeiros a utilizar essa tecnologia de ponta em nossas lojas como também nossos clientes poderão participar ativamente da iniciativa de tornarmos verdes os nossos estabelecimentos, sem esforço ou custo extra”, declarou Alison Austin, gerente de meio ambiente da Sainsbury em nota publicada no site New Energy Focus.
A primeira loja da rede a receber o sistema foi inaugurada no último dia 17 de junho e está localizada em Gloucester Quays, no Reino Unido. Além dessa iniciativa, outras medidas também estão sendo tomadas para tornar o local mais sustentável. Em dois anos o estabelecimento recolherá água da chuva que será utilizada nos banheiros, noticiou o site Daily Mail, e painéis solares aquecerão toda a água quente durante o verão, além de reutilização ou reciclagem de 90% do lixo produzido.

Santander abre financiamento para projetos sustentáveis

Fonte: Rede Notícia - 16.06.2009
Brasil - O Grupo Santander Brasil foi autorizado pelo International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado ao setor privado, a operar uma linha destinada a projetos especiais em países em desenvolvimento. A instituição repassará os recursos para projetos socioambientais que se encaixem nos critérios definidos pela instituição, a exemplo do que fazia o Banco Real desde 2003, hoje integrante do Grupo. A linha, rotativa, é de R$ 537 milhões.“Fomos o primeiro Banco no Brasil a ter esta linha do IFC, justamente por nosso modelo de negócios com foco nas necessidades dos clientes, principalmente aqueles que buscam por soluções e resultados sustentáveis”, explica Julio Bin, superintendente de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis do Grupo Santander Brasil.Pelo acordo entre o banco e o IFC, os projetos elegíveis a esta linha de recursos devem se inserir em um dos seguintes critérios:Produção Mais Limpa: contemplam reutilização, renovação e tratamento de resíduos sólidos e líquidos e/ou que busquem a eficiência no uso de matérias primas, água e energia, por meio da redução ou eliminação de resíduos e emissões atmosféricas, reciclagem etc. Devem proporcionar benefícios econômicos, ambientais e de saúde ocupacional.Energias Renováveis/Eficiência Energética: buscam a transformação ou modificação da matriz energética por meio do uso de energias renováveis obtidas de fontes naturais capazes de se regenerar, ou seja, inesgotáveis. Nesta categoria também são incluídos os projetos de eficiência energética pela cogeração, transmissão e consumo ou uso de energia com o mínimo de desperdício possível.Governança Corporativa: projetos com o objetivo de desenvolver e implementar processos para a boa governança, como por exemplo SA8000, ISO, AA1000 etc.

Elektro promove troca de equipamentos em instituições

Fonte: Folha da Região - 17.06.2009
São Paulo - A Elektro, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica para a região de governo de Andradina, em São Paulo, investirá mais de R$ 227 mil em projetos de eficiência energética de prédios públicos de diversas cidades de sua área de abastecimento da rede elétrica. Na região, serão beneficiadas sete instituições dos municípios de Andradina (duas entidades), Guaraçaí (3), Murutinga do Sul (1) e Sud Menucci (1). A escolha dos locais beneficiados é feita por meio de um estudo elaborado pela a prefeitura das cidades, em parceria com a empresa.A expectativa da concessionária é que estes prédios passem a economizar 795 Mwh por ano - quantidade de energia suficiente para abastecer 427 residências, com cinco pessoas, por mês durante um ano.Conforme a assessoria de imprensa da concessionária, nesses locais serão substituídos lâmpadas, luminárias e reatores, reduzindo o consumo de energia e proporcionando maior bem-estar aos usuários.A troca deverá ser feita gradativamente, seguindo cronograma para cada regional elaborado pela equipe técnica da concessionária. A previsão é de que todos os prédios deverão estar concluídos até o final de outubro de 2009.ReduçãoApós a conclusão das obras, a empresa estima que o consumo de energia elétrica nos prédios diminua 15%, em média. Desde 2005, 83 prédios da região de Andradina foram atendidos pelo projeto de Eficientização Energética da Elektro.Conforme determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a distribuidora investe 0,5% de sua receita operacional líquida em projetos de eficientização energética para promover o uso racional de energia elétrica nas comunidades onde atua.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tecnologia a favor do meio ambiente

Fonte: O Globo - 16.06.2009
Brasil - Sim, é possível morar ou trabalhar num ambiente fresco e não causar danos ao meio ambiente. Já existem no mercado aparelhos de ar-condicionado ecologicamente corretos. Eles não utilizam gás freon - vilão destruidor da camada de ozônio presente nos equipamentos convencionais brasileiros - e ainda reduzem em até 40% o consumo de energia.A empresa carioca Consult é uma das que fazem projetos de refrigeração com máquinas ecológicas, representando 30% de suas vendas. Os aparelhos condensam a umidade externa e, dependendo da potência, alimentam ao mesmo tempo de dez a 300 evaporadores em ambientes diferentes. Um modulador de frequência faz com que o equipamento trabalhe sem armar e desarmar, só diminuindo a potência para 20% a 30% quando o ambiente está refrigerado.O ar-condicionado ecológico está no mercado nacional há cinco anos e ainda é de 40% a 100% mais caro do que o convencional.Um dos motivos é que o gás 410, usado no lugar do freon, não é produzido em grande escala. Mas, segundo o engenheiro Matias Campos, sócio da Consult, o produto consome 40% menos energia. Como a máquina é mais leve e se liga a vários evaporadores, alguns custos de obra se reduzem.Além disso, a manutenção é feita à distância, por internet."Se pensamos em “green building”, onde a eficiência energética é essencial, o sistema de refrigeração ganha muitos pontos", explica Matias.O administrador Hércules Pereira adquiriu três aparelhos ecológicos de ar-condicionado em seu apartamento, que tem dois pavimentos. Ele já tinha o aparelho em seu local de trabalho e ficou um pouco assustado com o preço, mas considerou outras vantagens e a economia que pode ter depois."O custo é alto, mas a economia de energia faz com que ele se dilua em três anos tanto em contas de luz quanto em manutenção. Além disso o ar frio se distribui melhor pela casa, o aparelho é silencioso e o resultado final vale a pena", garante Hércules.

sábado, 6 de junho de 2009

Acordo com a CEF garantirá aquecimento solar em casas do PAC

Fonte: Envolverde - 01.06.2009
Brasil - Os mutuários do programa Minha Casa Minha Vida com renda até três salários mínimos vão receber suas novas moradias com aquecimento solar para a água. O Ministério do Meio Ambiente e a Caixa Econômica Federal (CEF) assinaram, na última terça-feira, 2 de junho, às 9 horas, na sede da CEF no Setor Bancário Sul, em Brasília, acordo que vai garantir a instalação dos sistemas de energia solar. Família com renda entre três e seis salários mínimos que optarem pelos aquecedores solares terão uma linha especial de financiamento.O SAS, como é conhecido o processo, substituirá os tradicionais chuveiros elétricos, representando uma economia de até 300 reais por ano na conta de luz do mutuário, além de contribuir para a redução das emissões de CO2, que agravam os efeitos das mudanças climáticas globais. O evento é parte das comemorações da Semana do Meio Ambiente.Um convênio com as companhias de eletricidade dos estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte com o grupo Neoenergia garantirá os kits de eficiência energética, que incluem, além do SAS, geladeiras de baixo consumo e sem CFC (gás que destrói a camada de ozônio) e lâmpadas econômicas para as casas do Programa Mina Casa Minha Vida, do governo federal. A instalação e manutenção dos sistemas de aquecimento poderão ser feitas pelas próprias comunidades atendidas. Trabalhadores que recebem o bolsa-família passarão por um treinamento, o que vai contribuir para a geração de empregos no setor. O protocolo de intenções que será assinado pelo ministro Carlos Minc prevê várias outras ações voltadas para a promoção do desenvolvimento sustentável. Para viabilizar projetos e planos para a preservação ambiental, a CEF e o MMA vão compor um grupo de trabalho, do qual participam também o Ministério das Cidades e o de Minas e Energia.Serão estudados mecanismos de financiamento para programas já existentes e novos produtos e serviços. O acordo “guarda-chuva” inclui a recuperação de áreas degradadas por contaminação do solo, gestão de resíduos sólidos (cadeias de reciclagem do lixo), projetos voltados para geração de créditos de carbono, áreas de conservação, monitoramento, construção sustentável e várias outras ações.Troca de geladeiras - A substituição de refrigeradores ineficientes e que utilizam compressores com CFC, que destrói a camada de ozônio, vai ganhar um novo impulso com o acordo entre o Ministério do Meio Ambiente e o Grupo Neoenergia, que vai utilizar os recursos que tem que ser destinados à melhoria da eficiência no consumo para a compra e distribuição de novas geladeiras que serão entregues pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Habitação.Um programa que começou em 2006 de uma parceria entre o MMA e as Nações Unidas para implementação das metas do Protocolo de Montreal e já apresenta resultados expressivos, rumo ao banimento dos clorofluorcarbonetos vai promover a substituição de refrigeradores em três estados do Nordeste.Desde abril de 2008 os ministérios do Meio Ambiente e Minas e Energia vêm atuando para eliminar milhares de refrigeradores em todo o país. O MMA forneceu as máquinas recolhedoras do gás em uso, que não pode ser descartado diretamente na atmosfera, e treinou profissionais de refrigeração, apoiando a logística de entrega do gás às Centrais de Regeneração de Gás, instaladas a partir da parceria. A Neoenergia atua na distribuição de eletricidade nos estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.

O fim do túnel da luz...

Fonte: Blog da BBC Brasil - 01.06.2009
Mundo - Dizem que tudo tem seu tempo. O das lâmpadas incandescentes parece estar chegando ao fim. Na próxima década, vários países vão retirar definitivamente de uso a genial invenção de Thomas Edison (ou de um dos outros que disputam a autoria).Todo mundo sabe, mas não custa repetir, que o tradicional e baratinho bulbo incandescente desperdiça na forma de calor nada menos que 95% da energia que usa - em outras palavras, só 5% são usados para iluminar.A partir de 1º de setembro, começam a valer proibições de venda as lâmpadas incandescentes aqui na Europa. Nos cálculos da União Europeia, com isso, até 2020, 15 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) vão deixar de ser liberadas na atmosfera.A Nova Zelândia, a Austrália, o Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e até os nossos vizinhos argentinos e venezuelanos já têm planos semelhantes. Mas não se trata de proteger a natureza, é economia para o próprio bolso.O instituto alemão Warentest dedicou recentemente uma edição especial à eficiência energética e ressaltou que "com uma lâmpada econômica, o consumidor pode economizar até 100 euros ao longo de sua vida útil".Na minha casa, já trocamos todas as lâmpadas faz tempo...Agora imagine quanto uma cidade pode poupar. Em São Paulo, existem cerca de 7,5 mil sinais de trânsito; no Rio, outros 5 mil. Quantos postes de rua? E no país? Se todos os prédios do governo usassem lâmpadas econômicas (e tivessem as luzes apagadas ao fim do expediente)?No entanto, no Brasil, até onde sei, só tramitam projetos de lei a respeito, tanto na esfera federal quando nas estaduais. Nada foi aprovado.

Ecotelhado ajuda a economizar energia em casa

Fonte: Diário da Manhã - 05.06.2009
Brasil - A tecnologia se tornou importante aliada da natureza. Empresas que desenvolvem soluções ecologicamente corretas, principalmente no ramo da construção civil, estão tomando conta desse promissor mercado. Entre as novidades sustentáveis mais interessantes está o telhado verde, conhecido como ecotelhado.O revestimento de plantas diminui a passagem do calor pelo telhado, que retém 70% da temperatura externa para dentro do ambiente. O diretor da empresa Ecotelhado, única do segmento no Brasil, João Manoel Linck Feijó, explica que a cobertura contribui principalmente na redução do uso do ar-condicionado. “Economizar energia significa gerar energia”, enfatiza.Feijó lembra que o tipo de energia mais produzido no Brasil, a hidráulica, tem consumo muito alto de eletricidade na sua construção e ainda um impacto muito forte no meio ambiente, com a construção das barragens. O ecotelhado tem a finalidade de economizar energia. Segundo ele, em alguns lugares no País, onde o clima é mais ameno, é possível extinguir o uso de ar-condicionado e de refrigeradores de ar.O telhado verde é composto de camadas que incluem materiais industrializados com alvéolas, para evitar que as raízes prejudiquem a estrutura do prédio, mais borracha EVA, reciclada da indústria de calçados. Para manutenção das plantas, em locais como Goiás, que em determinada época do ano a chuva é escassa, o cuidado é o mesmo dos jardins. Basta regar uma vez ao dia. João Manoel sugere, ainda, o reaproveitamento da água do banho, a chamada “água cinza”.Mas os benefícios não se prendem à economia de energia. O telhado verde proporciona ainda mais umidade no ar, representando melhoria na qualidade de vida, principalmente em centros urbanos. O gasto, em média, para ser construído sobre lajes impermeabilizadas é de R$ 120 o metro quadrado.

Pinte o telhado de branco e ajude o planeta

Um estudo recente do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Califórnia (Estados Unidos), mostrou que pintar os telhados de branco ajuda a combater o aquecimento global. Explica-se: enquanto as coberturas escuras absorvem 80% do calor externo, as claras refletem até 90% da luz solar. Com isso, cidades com mais telhados brancos sofreriam menos com as ilhas de calor.
Além disso, a temperatura interna também diminui e, assim, os ambientes exigem menos ar condicionado – o que reduz o consumo de energia e as emissões de CO2. “Um telhado branco de 100 m² compensa cerca de 10 toneladas de gás carbônico, o equivalente à emissão anual de uma típica casa americana”, afirma Marcos Casado, gerente técnico do Greenbuilding Council Brasil, que lançou o site One Degree Less para disseminar a prática. “No Brasil, essa solução teria um efeito ainda maior se incluíssemos também as fachadas, como já se faz na costa do Mediterrâneo há séculos”, diz Roberto Lamberts, especialista em eficiência energética em edificações e professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em tempo: telhados verdes também contribuem para a causa. “Além de combater o aumento das temperaturas do globo, como as coberturas brancas, têm a qualidade de reduzir a velocidade de vazão da água das chuvas, evitando enchentes”, ressalta Roberto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aquecimento solar: está pegando....e já é lei!

Para algumas cidades do país, a instalação de sistemas para aquecimento de água por energia solar virou lei municipal. Com isso, a população, além de economizar energia, recebe da prefeitura alguns benefícios pela implantação dos painéis solares, que visam reduzir o consumo de eletricidade, principalmente no banho, com a retirada dos chuveiros elétricos. A utilização dessas placas, pode se dar através da iniciativa da própria população, instalando painéis nos edifícios, ou pela prefeitura, viabilizando projetos, como o de habitação para baixa renda, que contemple o uso de sistemas de aquecimento solar. A prefeitura de Belo Horizonte aprovou a Lei Municipal n° 9.415 de 25 de julho de 2007, que institui a política municipal de incentivo ao uso de formas alternativas de energia, tais como a energia solar e a energia a gás. Essa lei, segundo a prefeitura, traz como medida concreta e imediata, a partir desse ano de 2009, a mudança no critério de pontuação para avaliação do imóvel para fins de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). "A lei é uma forma de incentivar a população a adotar sistemas de aquecimento de água por energia solar. O incentivo vem através da redução do IPTU", contou o engenheiro da prefeitura de Belo Horizonte, Rogério Siqueira. Segundo ele, o desconto no IPTU ainda é o único projeto da prefeitura em decorrência da lei, mas há estudos para a construção de casas populares que contemplem os painéis solares. Siqueira disse ainda que quem organiza a lei no município é o Comitê de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência, promovendo estudos e análises dos assuntos pertinentes ao tema. De acordo com o Green Solar, centro de estudos de energia solar da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), no ranking dos países com maior metragem de placas instaladas por habitante, o Brasil ocupa a 20ª colocação, com 1,27 metros quadrados por cem mil habitantes. Já Belo Horizonte, alcança um índice equivalente ao 3° melhor resultado global, com 56,6 metros quadrados por cem mil habitantes. A cidade de Birigui, no interior de São Paulo, através da Lei 4.507/05, também exige a instalação de aquecedores solares. De acordo com o ex-vereador da cidade, Roberto da Claisu, o primeiro projeto realizado em decorrência da lei foi um convênio com a Caixa Econômica Federal para a implantação de 115 casas populares no bairro de Santa Luzia. As casas, que terão o equipamento, serão construídas em uma área de 37,62 metros quadrados, com valor unitário de R$ 28.500,00. O total do investimento será de R$ 3.277.500,00. A assinatura do convênio aconteceu em fevereiro desse ano e as casas serão construídas em um período de dez meses, de acordo com a prefeitura. Para o Departamento de Aquecimento Solar (Dasol) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), as leis implantadas pelas prefeituras, estimulam o crescimento do mercado de coletores solares, mas, principalmente, incentivam a energia solar como fonte de calor do presente e do futuro do Brasil. Atualmente, segundo o diretor do Dasol/Abrava, Carlos Faria, já somam 30 as leis aprovadas em diversas cidades como São Paulo, Marília (SP), Campo Grande (MS), Vitória (ES), Niterói (RJ), entre outras. Além disso, 94 projetos de leis tramitam em outras cidades do país que serão votadas ainda este ano. O país já soma 30 leis aprovadas em diversas cidades como São Paulo, Marília, Campo Grande, Vitória e Niterói. Além disso, 94 projetos de leis tramitam em outras cidades do país que serão votadas ainda este ano, segundo diretor do Dasol/Abrava "Creio que o mais importante destas leis é a massificação cultural. Tomo como exemplo a cidade de São Paulo. Antes da lei não se ouvia muitos construtores ou arquitetos falando do aquecimento solar e projetando as edificações para receber esta tecnologia", contou. Depois desta lei, segundo ele, houve um amplo debate, rodadas técnicas, parcerias entre projetistas, fornecedores de sistemas de aquecimento solar, aumento da demanda de cursos de formação de profissionais. Tanto que somente neste ano, o Dasol/Abrava tem como meta oferecer quatro cursos só na cidade de São Paulo para formação de projetistas. Entre 2007 e 2008, o mercado de aquecimento solar cresceu 35%, sendo que neste último ano o crescimento atingiu 17% "tendo em vista um último trimestre do ano bastante conturbado em virtude da crise mundial", afirmou Faria. O crescimento mundial, de acordo com o diretor do Dasol/Abrava, vem sustentando uma média anual nos últimos quatro anos de 20%. "Hoje o Brasil conta com aproximadamente 4,5 milhões de metros quadrados de coletores solares instalados e no mundo já são mais de 200 milhões de metros quadrados de coletores solares", disse o executivo. Ainda de acordo com Faria, a lei de aquecimento solar no país faz todo sentido porque 8% de toda a energia consumida no Brasil vai somente para prover o banho do brasileiro. "Mais de 20.000 MW de potência estão destinados ao banho", calcula o diretor. O aquecimento solar, segundo estimativas do Dasol/Abrava, proporciona economias diretas no bolso do consumidor. "Se bem projetados e instalados, podem economizar mais de 80% da energia necessária para aquecer água, o que representa em uma família de classe média, cerca de 30% da conta de energia. No caso da família de baixa renda, o uso do aquecimento solar reduz em mais de 50% a conta de energia das famílias", observou Faria. Em 2009, o governo brasileiro tornará obrigatória a etiqueta do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para sistemas de aquecimento solar. Ou seja, todo e qualquer produtor desta tecnologia terá de se submeter aos ensaios de qualidade. "Isto melhora o mercado, aumenta a qualidade dos projetos e instalações, permite uma adequada evolução tecnológica das fábricas, reduz o custo final do sistema, protege o consumidor e fortalece a cultura de massa quanto à energia solar", destacou Faria.

Fabricantes disputam mercado de energia solar


Fonte: Estado de São Paulo - 29.05.2009
Brasil - A grande onda em prol do uso do aquecimento solar fez multiplicar os tipos de sistemas disponíveis no mercado. Estimulados pela demanda crescente, empresários, pesquisadores e especialistas tentam desatar o principal nó do sistema, o preço, tanto do equipamento quanto da instalação.O mercado já vinha trabalhando com formatações de capacidade menor, porém mantendo os coletores metálicos e sistema alternativo de aquecimento por acumulação, com custo entre R$ 1.200 e R$ 1.500. Nos últimos anos foram lançadas configurações mais baratas, os chamados híbridos. Custam de R$ 600 a R$ 700; têm capacidade para esquentar de 100 a 200 litros o suficiente para uma família de até quatro pessoas; usam chuveiro elétrico para garantir um banho quente nos dias nublados ou chuvosos, além de coletores de plástico (termoplástico, poliuretano e até PVC).A eficiência e conveniência desses sistemas, porém, provocam polêmica entre os fabricantes, que disputam palmo a palmo o crescente mercado, incluindo os fabricantes de chuveiros elétricos. Os fabricantes destes equipamentos, considerados os vilões do consumo de energia, defendem-se apontando o alto desperdício de água que pode haver nos sistemas com aquecimento por acumulação e ducha fria. E apostam nos "híbridos" (com chuveiro elétrico) para se manter no mercado.Os defensores do aquecimento solar rebatem que o problema é facilmente resolvido controlando a vazão, por exemplo, com o uso de chuveiro elétrico como apoio. Há ainda outra cizânia, entre os fabricantes de sistemas de aquecimento solar que defendem as configurações de baixo custo, e investem nelas, e os que são contrários a isso, com o argumento de que a baixa eficiência pode comprometer a adesão em massa ao sistema.Para o consumidor, é difícil entender a diferença de preço; o sistema de alto desempenho fica em pouco mais de R$ 4 mil, ou de funcionamento, e a polêmica aumenta ainda mais a sua insegurança.Custo-benefício"O primeiro cuidado é ver se o produto tem o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), que certifica a eficiência do sistema", diz o engenheiro e pesquisador do Laboratório de Instalações Prediais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Douglas Messina. O selo traz a classificação do produto, segunda informação importante na hora da compra."A classe indica a faixa de produção de energia", explica o diretor técnico da Soletrol Tecnologia, Luciano Torres Pereira. A empresa fabrica sistemas de alto rendimento, para chuveiro e piscinas, e outros dois de baixo custo, um com coletor de metal e um híbrido com coletor de termoplástico.Equipamentos classe A produzem mais de 77 quilowatts/mês por metro quadrado de coletor. "Como a produção depende da insolação, isso varia. O valor estabelecido na norma é o obtido em Belo Horizonte (MG), em setembro, com inclinação de 25 graus do coletor orientado para o Norte geográfico", diz Pereira. Para São Paulo, é preciso 1,5 metro quadrado de coletor para obter o mesmo desempenho de um com 1 metro quadrado em Belo Horizonte.Há ainda opções de coletores abertos ou fechados e boilers, o reservatório de água quente de várias capacidades. Somando todos esses dados, o consumidor pode avaliar se o desempenho do sistema atende às suas necessidades. Pereira dá exemplos. "Para esquentar a água da piscina, indicado é o coletor aberto", diz. O vidro reflete 13% da incidência solar, um desperdício desnecessário em sistemas que devem elevar a temperatura da água a até 35 graus, a ideal para piscinas. "Já para temperaturas mais altas, os fechados são mais eficientes."O boiler de 100 litros alimenta um ponto de água. Com 200 litros e chuveiro elétrico, se esquenta água para uma família de quatro pessoas.Estímulo com plano habitacionalA instalação de sistema de aquecimento solar (SAS) em casas populares, indicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como medida de uso racional de energia, estimulou a adoção da tecnologia em programas habitacionais, o que vem movimentando o mercado. Atualmente, segundo o engenheiro Alexandre Salomão de Andrade, do laboratório Green Solar, da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), há cerca de 15 mil casas populares com SAS no país. Só o contrato de compra do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) dobrará esse número.Somam-se também 7 mil casas, previstas pela Cohab de MG, além das unidades do “Minha Casa, Minha Vida”, calculadas em 1 milhão.“No programa, o aquecimento solar é responsável pelo aumento de apenas R$ 3 nas parcelas”, diz o coordenador do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Dasol/Abrava), Carlos Felipe da Cunha Faria. O programa prevê a adoção de SAS classe A (o mais eficiente) no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.Esse incentivo à instalação do SAS pelo governo federal baseia-se em estudo realizado pelo Green Solar em 100 casas em Contagem (MG) em 2000. Como SAS, a economia de energia foi de 36%, diz Salomão. O equipamento tem capacidade para 200 litros. “O pacote vinha com sistema elétrico automático, mas para economizar as famílias desligavam-no.”IPT aprova sistemas híbridosO engenheiro Douglas Messina, do Laboratório de Instalações Prediais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), monitora um conjunto habitacional de Cafelândia (SP), onde a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) instalou 50 equipamentos de aquecimento solar no fim de 2005.O acompanhamento do IPT avalia a redução no consumo de energia e a eficiência do uso do chuveiro elétrico como apoio, no lugar da resistência no reservatório. "Ainda não consolidamos os dados, mas a economia é flagrante. Também não houve nenhum tipo de limitação com o uso do chuveiro", diz.O laboratório de Messina é um dos que estão creditados pelo Inmetro para fazer os ensaios e emitir o selo. Segundo ele, os ensaios estão evoluindo da mesma forma que as configurações e materiais dos equipamentos. Ensaios que determinem a durabilidade dos coletores, por exemplo, não são feitos. "A norma avalia a resistência do material, mas não a sua durabilidade. Isso está em estudo e deverá entrar na próxima revisão", explica.O resultado positivo da experiência em Cafelândia levou a CDHU a fechar um contrato para instalação de 15 mil equipamentos em residências populares que serão construídas no interior paulista. A licitação foi vencida por seis fabricantes, que deverão cumprir uma rotina de medição e verificação que comprove o desempenho do sistema. O preço médio de cada equipamento, que tem reservatório em aço inox, coletor metálico com capacidade de produção de 142,6 kW/mês, ficou em R$ 1.700.Além disso, tem instalados sistemas em unidades já prontas, financiadas pelo programa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para tornar mais racional o consumo de energia. "Usamos o programa para equipar as unidades já prontas", diz o gestor de Eficiência Energética da CDHU, Eduardo Baldacci.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Comunidades carentes de São Paulo recebem chuveiros eficientes energeticamente

Fonte: Procel Info - 15.01.2009

São Paulo - A CPFL Energia começou a instalar, gratuitamente, em São Paulo, 500 chuveiros eficientes energeticamente. O projeto é voltado a moradores de baixa renda da região de Vicente de Carvalho, no município de Guarujá, como parte do Programa Rede Comunidade, que tem como objetivo diminuir o número de clientes ilegais e inadimplentes, e oferecer condições e orientações para que consigam manter seu consumo mensal dentro do orçamento. A instalação de chuveiros foi testada, previamente, em janeiro de 2008, em 11 residências do município de Campinas e 9 na Baixada Santista. A redução média alcançada foi de 29% em mais de 90% das residências. O sistema funciona como um recuperador de calor, aproveitando a própria água usada durante o banho e pré-aquecendo a água encanada antes que esta chegue ao chuveiro. Com o pré-aquecimento gerado pelo sistema, os chuveiros com potência de 5.200W podem ser trocados por aparelhos mais econômicos, de 3.000W. A empresa ainda prevê a entrega de 2 mil geladeiras, 100 mil lâmpadas, e a reforma de 3 mil instalações elétricas residenciais, além da instalação de 2 mil chuveiros econômicos em bairros carentes da cidade até 2009. O Programa Rede Comunidade atenderá, neste período, 5 mil famílias de cerca de 50 bairros, nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão e Vicente de Carvalho, no Guarujá.

Energia reciclada

Fonte: O Globo

Santa Catarina - Um novo sistema de geração de energia solar para aquecer água está reduzindo em 30% o consumo mensal de luz em residências de baixa renda. A tecnologia usa garrafas PET e embalagens de leite de caixinha na produção das placas de aquecimento. A invenção do catarinense aposentado José Alcino Alano foi testada em fins de 2006, em Morro do Mocotó, Florianópolis. "Foram 38 casas, que tiveram de 25% a 40% de economia de luz", diz Márcia Kumer, superintendente de Desenvolvimento Sustentável da Caixa Econômica Federal. O banco deu ao sistema o Prêmio Melhores Práticas em 2007 e está levando a experiência a quase mil casas no país. A estrutura custa R$ 300 reais, contra a média de R$ 2 mil do sistema convencional, conta Márcia. E já começa a render negócios. Por encomenda da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), distribuidora local, a Coopersolar, cooperativa de moradores do Morro do Mocotó, está produzindo 438 coletores para residências do Maciço Morro da Cruz, também em Florianópolis.

Energia muito mais eficiente no Brasil

O futuro da eficiência energética vai muito além da adoção de equipamentos mais eficientes. A implantação de tecnologias de redes elétricas inteligentes deverá permitir uma redução expressiva das perdas do setor elétrico. Além disso, essas tecnologias permitirão equilibrar a demanda de energia ao longo do dia, possibilitando um aproveitamento mais adequado da infraestrutura disponível.
A própria Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já reconhece a importância disso. Durante o Fórum Latino-Americano de Smart Grid 2008, Mauricio Tolmasquim, afirmou que essas tecnologias devem ser levadas em conta na avaliação do potencial de eficiência energética a ser considerado na atualização do Plano Nacional de Energia Elétrica 2035. Isso vale principalmente porque, com as redes elétricas inteligentes, as perdas devem diminuir muito.
A perspectiva é que instalações de geração local de pequeno porte ganhem cada vez mais espaço. Geradores de energia a partir de gás natural, microturbinas eólicas e até mesmo placas para captação de energia solar devem ser cada vez mais comuns. Viabilizados pela tecnologia de baterias de alta capacidade, que permitem armazenamento de expressivas quantidades de energia para consumo posterior, esses sistemas produzirão eletricidade para uso local. O excedente poderá ser fornecido para a rede. Essa sistemática deve permitir uma ampla redução nas perdas técnicas. Estima-se que hoje cerca de 7% a 10% da eletricidade seja perdida nos processos de transporte e transformação.
Entre os usuários finais, também haverá estímulos para o gerenciamento adequado do consumo, inclusive por meio de softwares de controle do uso da eletricidade. Isso será possível graças à adoção maciça dos medidores eletrônicos, que tornarão viável a cobrança de tarifas diferenciadas conforme o período do dia. Tal medida tende a fomentar economias nos horários de pico de demanda, distribuindo melhor o consumo.
A remuneração das distribuidoras, hoje relacionada ao volume vendido, também vai mudar. Elas devem ser incentivadas a se voltar para o aproveitamento das possibilidades de economia de energia e de aumento na eficiência no consumo. Atitudes como essas possibilitarão uma otimização sem precedentes dos sistemas elétricos. Afinal, a infraestrutura já existente poderá atender a volumes de uso final muito superiores aos verificados hoje.
Essas alterações dependem de adequações regulatórias e da introdução maciça de novas tecnologias no mercado. Mas elas devem nos alcançar muito depressa: o atual contexto de mudanças climáticas, as restrições ambientais e os preços crescentes dos combustíveis tornam urgente a necessidade de se adotar um novo paradigma de consumo e produção de eletricidade. A sociedade brasileira precisa se preparar para aproveitar esse novo modelo energético. Vem aí um cenário mais favorável em termos de eficiência e uso racional da energia.